domingo, 23 de junho de 2013

GÁS LACRIMOGÊNEO - COMO FUNCIONA?



Por mais estranho que pareça, protestos costumam seguir uma certa “ordem”. Os manifestantes marcam hora, local, aguardam até terem um número satisfatório de pessoas e marcham em linha, como um grande bloco. Normalmente, há uma rota determinada a se seguir até o ponto final. Seria assim, em ordem, se não fosse o imprevisível. Às vezes algo dá errado e a tal ordem pode não ser a esperada pela polícia. É aí que entra em cena o elemento símbolo dessa incompatibilidade de gênios: a bomba de gás lacrimogêneo.


Nesta semana, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e demais capitais que seguem a série de protestos recentes, motivados inicialmente pelo aumento da tarifa do transporte público, viram o que acontece quando algo “dá errado”. A polícia age sob a orientação de dispersar a multidão e reassumir o controle da situação. Cassetetes e balas de borracha compõem o elenco. Mas o protagonista, a bomba de gás, é a responsável por instalar o caos e a correria. 

O armamento utilizado nesse tipo de situação deve ser o não-letal e o seu uso deve ser moderado. Nesses dois pontos há um problema: há frentes que argumentam que bombas de gás lacrimogêneo podem ser letais, e o modo como ela é utilizada pela polícia é o principal fator a favor da tese.
Bombas de gás lacrimogêneo são estruturas de metal disparadas por armas lançadoras que, após explodir, liberam um gás basicamente composto de 2-clorobenzilideno malononitrilo, o chamado gás CS. Trata-se de uma substância sólida que misturada a solventes toma a forma de aerosol ácido, que em contato com os olhos causam lacrimajemento intenso e queimação. 

Por se tratar de um gás lacrimogêneo, as reações deveriam parar por aí, mas a lista do Centro de Controle e Prevença de Doenças dos Estados Unidos segue. O nariz libera coriza, a boca sofre irritação, a vítima baba e sente náuseas; se respirado, o gás provoca tosse e asfixia. Em exposição prolongada, estimada em uma hora, os efeitos podem ser ainda mais graves levando a vítima a desenvolver lesões na córnea ou cegueira, garganta e pulmões podem sofrer queimaduras avançadas e a asfixia pode ser completa.


O gás lacrimogêneo é enquadrado como um agente psicoquímicos, considerado um “incapacitante” pelo Exército brasileiro, o que o diferencia dos agentes causadores de mortes, como os neurotóxicos (afetam o cérebro), os hemotóxicos (corrente sanguínea) e os sufocantes. Segundo um artigo do Instituto Militar de Engenharia (IME), de 2012, essa diferenciação pode não ser tão exata assim. “A linha que separa os agentes causadores de baixas e os incapacitantes é tênue, pois em altas concentrações qualquer agente incapacitante pode causar baixas.” 

Um número considerável de mortes relacionadas a bombas de gás lacrimogêneo já foi registrado. Uma mulher de 36 anos morreu por insuficiência respiratória e parada cardíaca durante um protesto na Palestina, em 2012. No Bahrein, 36 mortes foram catalogadas (inclusive a de um garoto de 14 anos) pelo organização internacional Physicians for Human Rights, que ao lado da Facing Tear Gas e da Anistia Internacional são as maiores ONGs à frente do confronto contra a bomba de gás, para a qual defendem o enquadramento como arma química.

A outra crítica não é pelo conteúdo, mas pela forma. As bombas de gás são disparadas por armas que proporcionam um alcance de até 150 metros. Legalmente, o disparo deve ser feito sob um ângulo de 45º para que a explosão da bomba se dê no ar, antes de entrar em contato com o alvo. O que acontece é que nem sempre essa regra é respeitada, e a bomba acaba virando uma grande “bala”. Em dezembro de 2011, Mustafa Tamimi, de 28 anos, foi morto após ser atingido por uma bomba de gás no rosto.

Em Istambul, na Turquia, a fumaça branca já compõem a paisagem típica da cidade. Por lá, o uso de bomba de gás tem sido “inapropriado”, segundo a Anistia Internacional. Bombas já foram lançadas dentro de hotel, na cara de manifestantes ou em forma de spray diretamente no rosto de manifestantes pacíficos, como a “mulher de vermelho”, símbolo da repressão turca.
Produção brasileira 

A Facing Tear Gas mobiliza sua campanha contra governos e empresas fabricantes desse tipo de armamento. No mundo, eles destacam seis. Uma delas é a brasileira Condor, baseada no Rio de Janeiro, responsável pelas bombas de gás utilizadas na Turquia. Lá manifestantes fotografaram as bombas utilizadas na Turquia, entre elas estão a GL 310 – a chamada “bailarina”, por se movimentar após a combustão, impedindo de ser capturadas e arremedadas de volta 

A empresa exporta 30% da sua produção. Já vendeu mais de US$ 10 milhões para a Turquia em 2011 e US$ 12 milhões para os Emirados Árabes Unidos em abril deste ano. Por aqui, a Condor selou contrato de R$ 49,5 milhões para fornecimento de armas não-letais para uso da polícia durante os eventos esportivos, segundo a agência Pública. A exportação de material bélico é incentivada pelo governo brasileiro, que isentou o setor de impostos desde 2011. 

A venda indiscriminada de armas a países sob ditadura é alvo de críticas. O Itamaraty afirmou ter iniciado uma investigação sobre a Condor após um bebê ter sido morto por substâncias do gás vendido pela empresa no Bahrein. A empresa alega respeitar os padrões internacionais de segurança.

Fonte: Flavidas

sexta-feira, 21 de junho de 2013

A BALA DE BORRACHA, TECNOLOGIA USADA EM MANIFESTAÇÕES PODE SER LETAL


Artigos em revistas médicas de vários países, baseados em experiências em todo o mundo, deixam claro: as “balas de borracha” são na verdade armas “menos letais”, em vez de “não letais”.

Elas produziram várias mortes e ferimentos incapacitantes em locais como a Irlanda do Norte, Israel/Palestina, Caxemira (Índia) e mesmo o Brasil. Obviamente, muito menos do que se fosse usada munição letal real.

Os estudos deixam claro duas coisas: os ferimentos ou mortes se devem tanto a um tipo de munição pouco recomendável como à falta de disciplina no uso.

Em vez de atirar no chão ou mirando nas pernas, a distâncias de mais de 40 metros, os policiais dispararam de perto contra o tronco ou a cabeça, contrariando as “regras de engajamento” da polícia.

As tais balas de borracha -que hoje também podem ser de plástico- foram introduzidas pelos britânicos durante o conflito na Irlanda do Norte em 1970. Eram uma espécie de “cassetete disparado”, feito de borracha com 15 cm. Depois vieram balas menores, disparáveis de fuzis comuns com carga menor de explosivo propelente.

Os britânicos foram os maiores usuários da história. Entre 1970 e 1975 foram disparados 55 mil dessas balas na Irlanda do Norte.

Uma pessoa morreu a cada 16 mil disparos; um em cada 800 teve ferimentos sérios, e um em cada 1.900 teve lesões incapacitantes.

PERIGO

Os israelenses foram grandes usuários desse arsenal teoricamente “não letal” durante os distúrbios palestinos conhecidos como Intifada.

Mas suas balas, menores, com núcleo de metal, foram mais perigosas. Mataram em média, dez vezes mais pessoas do que as balas de borracha britânicas na Irlanda do Norte. De 1987 a 1993, foram mais de 20 mortos.

De calibre menor, as balas israelenses também eram bem mais perigosas se atingissem o peito, a cabeça e, principalmente, os globos oculares. Cegueira é um risco, mas já houve caso de bala de borracha que atingiu o globo ocular em um ângulo letal, fazendo a bala penetrar o cérebro e matar na hora.

Um estudo feito pela equipe de João Rezende Neto, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), publicado na revista médica “World Journal of Emergency Surgery”, revelou um caso de penetração do peito por bala de borracha que precisou de cirurgia para ser retirada, e tratar dano ao pulmão.

Fonte: Fábio Campana

quarta-feira, 19 de junho de 2013

GLOBO CIÊNCIA - NOSSO VÍDEO PARA A EDUCAÇÃO


Amigos

Fizemos um trabalho muito interessante no Globo Ciência. Caso queiram ver é só clicar.





sexta-feira, 14 de junho de 2013

CHINA E SEU SUPER COMPUTADOR



China desenvolve um novo computador denominado Tianhe-2, (Via Láctea-2), apresentado pela Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa (UNTD) como o mais veloz do mundo, ultrapassando a performance de Titan dos EUA, em quase o dobro da velocidade.

O professor da Universidade do Tenesse, Jack Dongarra, confirmou esta semana que o Tianhe-2 opera a uma velocidade de 30,7 petaflops (quatrilhões de cálculos) por segundos. O Titan, computador mais rápido do Departamento de Energia estadunidense, opera a 17,6 petaflops por segundo.

O novo dispositivo será levado para a cidade de Canton, no sul da China, onde oferecerá serviços tecnológicos até o final de 2.013.

O UNTD anunciou vários usos possíveis para o Tianhe-2, incluindo o processamento de grandes quantidades de informações, simulação de vôos e sobretudo, apoio ao governo na área de segurança nacional.

O computador ainda será submetido a testes oficiais, é bem provável que o Tianhe-2 desbanque o Titan no ranking mundial de supercomputadores que é publicado semestralmente na plataforma Top 500. A lista será apresentada durante este fim de semana na Conferência Internacional de Super-computadores. Será a primeira vez desde 2.010 que a China ocupará o primeiro lugar.

Fonte: Buscando Mudanças