O ex-aluno de Medicina da Universidade de Brasília, Edecio Cunha Neto, lidera a equipe de pesquisadores que desenvolvem a vacina contra AIDS batizada de HIVBr18, que pode impedir a transmissão do HIV, vírus causador da Aids. A novidade desperta expectativas para a cura da doença que, até 2012, registrou mais de 656 mil casos só no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde (MS).
A vacina começa a ser testada em macacos no mês de outubro. “Só estamos esperando o resultado de um exame para avaliar a saúde da colônia de animais”, conta o cientista. Primeiro será feito um teste piloto, com quatro primatas. Somente em janeiro do ano que vem começam os estudos pré-clínicos, que devem durar dois anos.
Os experimentos serão realizados com diferentes combinações de fragmentos do HIV inseridos no material genético de vírus que causam doenças uma única vez no ser humano. “São doenças do tipo ‘pegou uma vez, não pega mais’, como o vírus que causa a varíola, por exemplo”, detalha Cunha Neto. “Queremos escolher uma combinação de vetores virais ideal para induzir uma resposta mais forte para a vacina”, conta o médico.
As diferentes combinações virais serão inoculadas em macacos rhesus, que apresentam semelhança com o sistema imunológico humano. As cobaias não serão infectadas com o HIV, mas imunizadas para o estudo da reação de seus organismos. A ideia é encontrar um método eficaz e, posteriormente, testá-lo em seres humanos.
O projeto liderado por Cunha Neto desde 2001 não deve erradicar o vírus da imunodeficiência humana em organismos infectados. Os cientistas esperam que a vacina retarde o aparecimento da imunodeficiência e reduza drasticamente a capacidade de transmissão do vírus. “O número de casos evitados ao longo de uma década seria de centenas de milhares”, afirma o cientista.
Cunha Neto desenvolveu e patenteou a imunização juntamente com os colegas pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP, Jorge Kalil e Simone Fonseca. O cientista estará na UnB nesta sexta-feira (16), para a concessão do título de emérito ao professor Carlos Eduardo Tosta, da Faculdade de Medicina.
Fonte: Neofobismo